onde dói?

Ao contrário do que pregam os exorcistas do Estado, o serviço público pode e muitas vezes prova ser competente e republicano. Sou dos que, com mais de 50 anos de carreira de Estado, crêem inclusive que um dos mais efetivos meios de se combater corrupção, negligência e ineficiência, é dispor sempre de quadros de profissionais escolhidos por concurso e comprometidos com suas respectivas carreiras.
Trabalho recente do BNDES, IPEA e MINIPLAN reforça o argumento.
Identificar os pontos de estrangulamento que dificultam, se não impedem o desenvolvimento inclusivo e sustentável da economia, da sociedade e do meio-ambiente, é requisito mandatório para qualquer proposta de sua superação ou equacionamento. Não garante êxito à empreitada, mas é o ponto de partida. Pois o mencionado trabalho descreve-os e lista com precisão.
O dever de casa:
a fragmentação política e os desafios em que implica para a consecução e manutençao do equilíbrio fiscal;
a baixa capacidade de atração de investimentos privados da economia brasileira;
a defasagem na incorporação de avanços tecnológicos;
o descasamento entre avanços econômicos, sociais e ambientais;
a reestruturação do crime organizado e a segurança pública;
o aumento dos fluxos migratórios latinoamericanos; e
o aumento da tendência à degradação ambiental e do número de eventos climáticos extremos (secas e chuvas).
Em cada uma dessas áreas temáticas sobram desafios e também oportunidades. Projetos sérios, candidatos sérios deveriam discutí-los e apresentar sua visão. E antes que ocorra a alguém mais: não tem kit pronto no posto Ipiranga.